As novas formas de comunicação através das plataformas digitais aproximam e afastam. Jogar on line tendo o amigo dentro de casa e ao mesmo tempo na casa dele é uma forma de estarmos em um encontro. Os jogos virtuais de realidade aumentada projetam uma imagem sobre o mundo real. Assim, você pode estar andando na rua e se deparar com um “monstrinho” na calçada, mas que só poderá ser visto através da sua lente.
Hoje, o celular faz parte da família, o self com os amigos faz parte do convívio social. O que acreditamos, como grupo de contos, é que não podemos deixar de lado a leitura, o espaço de criar e de brincar. A virtualidade e a capacidade simbólica podem se complementar, não são concorrentes, nem excludentes. Muito pelo contrário, podem ser grandes aliadas. Não há vida sem história, não há vida sem narração. Precisamos narrar para nos reinventar. Precisamos tanto da palavra quanto da imagem para sermos. Precisamos das histórias para nos representarmos, para nos expressarmos, para através de metáforas entrarmos em contato com sentimentos que não conseguimos nomear. E essas histórias que nos abastecem não perdem seu valor e sua importância, mesmo em um mundo tecnológico. Concordamos com Fortes (2009) que a imagem virtual não é um objeto transicional, porém a realidade virtual serve para muitas crianças e, principalmente adolescentes como uma área de experimentação e, muitas vezes de criação e simbolização, caso haja a possibilidade de contato com o outro.
Entretanto, se tivermos a capacidade de sonhar, de pensar, de fantasiar, podemos encontrar o viver criativo independente da ferramenta que estaremos usando como recurso, pois então, estas serão apenas ferramentas e não estarão no lugar de algo preenchendo um vazio patológico.
O Confraria Entrelinhas propõe uma discussão sobre as mudanças nas formas de comunicação. Uma reflexão baseada no jogo Pokemon Go.