Por Adriane de Rose – Coordenadora do Grupo de Contos de Relações com a Comunidade.
Certa vez, em um tempo não muito distante, viviam pessoas que tinham um DOM e ali se reuniam para aprender a desenvolvê-lo.
Que dom era este?
Era o dom de saber ouvir e de ajudar outras pessoas a se ouvirem também.
Um grupo destas pessoas andava muito inquieto, pois queria trabalhar com crianças carentes, e queria algo mais, que pudesse contribuir e fazer diferença, mas não sabia o que era. Pensou-se em muitas coisas, mas nada parecia ser o que se queria.
E nesta jornada, uma MESTRA, sim neste lugar havia muitas mestras, passava seus conhecimentos para os aprendizes.
Ela viu o alvoroço destes aprendizes e, hoje penso que olhando bem pra eles, viu algo mais. Viu outro dom, que era o de falar a linguagem das crianças e parecer com elas quando isto está acontecendo. Ela soube reconhecer, pois este dom ela tinha de sobra.
Hoje chamamos este dom de Contar Histórias.
Às vezes, fico na dúvida se é um dom, ou se é uma dádiva, pois também tenho dúvidas se ela era apenas uma mestra ou também uma Fada, a Fada das Boas Ideias. Mas isto não importa, afinal algumas dúvidas nos forçam a crescer, elas são importantes.
Então um dia ela disse: Por que não contamos histórias para estas crianças carentes? Contando histórias daremos para elas a oportunidade de se questionar, sem que precisem se confrontar diretamente com seus conflitos. Estes serão vivenciados através de outras histórias e seus personagens. ASSIM PODEREMOS PROPORCIONAR A ESPERANÇA DE PENSAR EM UM FINAL FELIZ.
Adoramos a ideia, mas o que não sabíamos era que contar histórias nos ajudaria a crescer tanto quanto as crianças e com um prazer enorme.
Então fomos construindo e conhecendo alguns personagens que hoje fazem parte da nossa história.
Mas a Mestra – Fada, que muitos de nós tivemos a oportunidade de conhecer, uns mais, outros menos, e uma em especial, muito mais. Esta Fada que já se foi e, como dizem as crianças, virou uma ESTRELA, é o personagem mais marcante de nossa trajetória por ter sido, entre outras coisas, a portadora.
Ela não só nos deu a ideia como estudou, ensinou e contou em grupo e assim formou a sementinha para o Grupo de Contos ser o que é hoje.
Dos aprendizes que tiveram a sementinha plantada, uma se tornou Mestra e nos proporcionou este Grupo, que como verão a seguir, proporciona espaço para pensar em saídas e finais mais felizes, ou pelo menos diferentes. Hoje tenho certeza, contadores espalham ESPERANÇA. E tenho o orgulho de apresentar estes contadores que irão mostrar como é CONTAR, RECONTAR E CONSTRUIR.
O Grupo é o de Relações com a Comunidade.
A mestra é a Maria da Graça Kern de Castro, e essa é a homenagem que fizemos para ela.