Precisamos de isolamento e distância, mas o mundo nunca esteve tão unido.
Recados de cuidados, solidariedade, empatia, encontros onlines, conversas… Estamos isolados, mas estamos juntos, conectados. É um amor com distância, ou distância com amor.
Pensar no outro, proteger o outro, cuidar do outro. Fazia tempos que não se falava tanto nisso. É uma pena que tivemos que perder tantas pessoas e tanto tempo para acordarmos.
Talvez, quando tudo isso passar, nós vamos aprender a valorizar mais pessoas, os momentos, a respeitar, a conversar, compartilhar, abraçar.
Diante desse mal-estar que tomou a civilização, esperamos ter esperança:
O que sobra quando falta?
Quem somos quando a incerteza é o que de mais palpável resta?
No escuro abismo de nós mesmos, poderá haver luz?
Se fora não alcançamos segurança, parece ter que vir de dentro a luz imprescindível que ilumina.
São nas pontes que construímos com os outros que parece haver caminho possível para a redenção.
Nos afetos adubados é onde o sol parece se esconder.
E na esperança, aquela que não pode padecer nunca, que o alento mora.
Que o que sobra seja maior que aquilo que falta.
E que não esqueçamos, que é também na falta, que a criatividade e as novas possibilidades residem.
Caroline Hildebrando de Freitas – Psicóloga, Psicoterapeuta de Orientação Psicanalítica.
Julia de Carvalho Martini – Psicóloga, Psicoterapeuta de Orientação Psicanalítica.