Estávamos empolgadas ao ir para a despedida no país das maravilhas. Recortes do nosso período juntos, embrulhados em forma de lembrança, foram preparados para entregar para os pequenos personagens dessa história. Mas ao cairmos no buraco da árvore, deparamo-nos com a primeira frustração: apenas dois de nossos personagens vieram ao chá de despedida.
Após superarmos o primeiro obstáculo, em meio a histórias, Alices, bolos, coelhos, gatos risonhos e muita fantasia, nós cinco encolhemos e nos agigantamos durante aquele pequeno espaço de tempo aproveitando cada momento juntos.
Todos esperavam que o chapeleiro surgisse para girar os ponteiros do relógio para trás. Não tínhamos mais o que construir naquela história? Desejávamos que a rainha de copas devolvesse o restante dos personagens para que o chá estivesse completo. Mas estava quase na hora de acordar.
Terminar uma história, despedir-se dos personagens e fechar o livro dói de alguma forma, ao mesmo tempo em que possibilita começar um novo conto, acrescentar um novo parágrafo, virar uma página. Ao terminar uma história, somos impulsionados a continuar sonhando. A despedida do país das maravilhas traz a certeza de que cada personagem carrega consigo um pedacinho de cada história contada e de cada afeto trocado.
Desejamos que Alice, Cinderela, Pinóquio, Gato de Botas e todos os nossos personagens continuem crescendo, compartilhando sonhos, superando dificuldades e construindo suas próprias histórias.
Renata Rossetti